sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Metrô de SP e Linux: parceria de sucesso




O Metrô de São Paulo foi uma das primeiras grandes empresas públicas a adotar Software Livre e é um exemplo genuíno de convivência pacífica e gradual entre soluções proprietárias e livres

O Metrô de São Paulo tem uma longa história de convivência com Software Livre. Mas, também não é de menos. A empresa é uma das pioneiras no serviço público no país em utilizar softwares livres como suíte Office padrão. No caso do Metrô-SP, o StarOffice é utilizado desde novembro de 1999 como solução para suíte de escritório padrão da empresa. O processo de implantação do StarOffice foi gradual em todas as áreas, com o objetivo de não promover grandes choques culturais. “O StarOffice foi instalado sob o sistema operacional Windows e em convivência com o Microsoft Office, em limitado número de cópias”, informa o gerente de Informática e Tecnologia da Informação do Metrô-SP, Gustavo Celso de Queiroz Mazzariol.

A adoção do StarOffice - na época, utilizava-se a versão corrente, 5.1 - deveu-se às dificuldades que a empresa atravessava, como a crise financeira (havia até um Plano de Demissões Voluntárias para redução dos custos operacionais) e a intensificação da política de fiscalização da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES). O custo dos softwares proprietários era alto demais para os padrões da empresa. “Havíamos chegado a resultados totalmente inviáveis na negociação com a Microsoft para aquisição das licenças do MS-Office para todo o nosso parque de microcomputadores”, frisa Mazzariol. E o que aconteceu em seguida, pode ser considerada uma das experiências mais bem sucedidas da convivência de padrões livres com proprietários de que se tem notícia, considerando o elevado número de usuários.

Números? Bem, por enquanto é um pouco difícil fazer estimativas. “Nossa estratégia de implantação do StarOffice é de convivência com as licenças do MS-Office que tínhamos adquirido até então”, diz Mazzariol. Foi essa estratégia que permitiu ao Metrô-SP fazer uma transição mais serena e alongada de softwares proprietários para livres e evitar maiores conflitos com os usuários da empresa. “Considere que, em novembro de 1999, o conhecimento de softwares livres era praticamente nulo e existia uma forte cultura que produtos livres ou grátis não tinham qualidade e que software livre não era algo para se usar em empresas sérias”. Infelizmente, essa visão persiste até hoje em determinados setores, mas as resistências estão cada vez menores, principalmente nas empresas públicas. Mazzariol é otimista neste aspecto. “Hoje, esse contexto mudou bastante, e soluções alternativas são vistas e analisadas com novos enfoques, tanto em empresas privadas como públicas”. Ele lembra que entre os anos de 1999 e 2000, a gerência de Informática do Metrô-SP teve que enfrentar um conservadorismo arraigado e a melhor estratégia foi ir conquistando e convencendo usuário a usuário, setor a setor. E não é que a tática “formiguinha” deu certo? (Reprodução do texto publicado na revista do Metrô de São Paulo - Metromix)

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